
MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Degelo das Calotas Polares
E o mundo continua sofrendo mudanças cada vez mais rápidas por causa do efeito estufa e do aquecimento global. As calotas polares do Ártico estão derretendo num ritmo nunca visto antes em toda a história humana. Entre os cientistas, já é consenso que é apenas uma questão de tempo até todo o gelo da região derreter.
Segundo o projeto Catlin Arctic Survey, liderado pelo explorador polar Pen Hadow, que analisou o comportamento do gelo ártico por três meses, falta apenas uma década para o Pólo Norte se tornar um grande oceano aberto. Mas segundo os cientistas da NASA, a previsão é ainda mais desanimadora: o gelo das calotas pode derreter totalmente no verão de 2012. Um cenário que se imaginava improvável há alguns anos, mas que cada vez se torna mais real, à medida que os impactos do desenvolvimento insustentável da humanidade vão acabando com a pouca reserva de gelo ainda existente.
“O oceano Ártico desempenha uma posição central no sistema climático da Terra”, alerta Martin Sommerkorn, da WWF. Um recado para quem ainda não percebeu que o planeta inteiro está conectado, e o que acontece numa região exerce influência direta sobre as outras. E complementa: “Esse processo poderá causar inundações que afetarão um quarto da população mundial, aumentar de forma substancial as emissões de gases-estufa (que costumam ser aprisionados pelo gelo) e provocar mudanças climáticas extremas”.
O degelo das calotas polares é um problema grave, que está tomando proporções mais do que alarmantes. Uma das principais preocupações dos ambientalistas é o gás metano, cerca de 20 vezes mais potente que o dióxido de carbono. Cientistas chegaram a conclusão de que as geleiras servem como um super depósito do gás, e conforme elas vão desaparecendo, mais acelerado se torna o processo de aquecimento global.
A liberação de metano é tão grande que o gás mal se mistura com a água, e, depois de formar bolhas na superfície, é liberado quase que instantaneamente pra atmosfera. Estudos realizados na região indicam que a temperatura está subindo, e já acumula um acréscimo de 4 graus Celsius nos últimos anos.
A preocupação dos ambientalistas e cientistas não é somente com o Pólo Norte: o derretimento das geleiras da Antártica também estão dando o que falar. Se tudo continuar indo como está, o nível dos oceanos provavelmente vai aumentar muito mais rápido que o previsto. O derretimento das geleiras da Antártica e da Groenlândia juntas pode acabar causando a desestabilização de outras massas glaciares de grande importância, acelerando um processo generalizado de desintegração.
Peter Clark, glaciologista da Universidade de Oregon, dá uma idéia do que vai acontecer se a situação continuar se agravando. Segundo o especialista, o degelo pode fazer o nível dos oceanos subir muito mais do que o esperado, e mais rapidamente. Degelo que é atribuído principalmente ao efeito estufa, já que o fenômeno é a causa maior do aquecimento excessivo da Terra. Efeito estufa que, por sua vez, se origina do acúmulo excessivo de gás carbônico (CO2) e gás metano (CH4) na atmosfera, que impedem que o calor provocado pelo Sol saia do planeta.